terça-feira, 19 de julho de 2011

A menina e a Valsinha

A menina era inquieta e brincava o dia inteiro! Dormir à tarde, nem pensar! Passava o dia entre bonecas e bicicleta, entre video-games e jogos de tabuleiro, natação e piano. A menina era feliz. Sobrava amor.

Era uma criança cheia de ideias, cheia de "porquês", cheia de "lunduns", de sonhos, de ousadias, de teimosias, de sorrisos. Uma lua cheia.

Mas 2 coisas no mundo inteiro encantavam a menina, a ponto de deixá-la matutando sozinha, rabiscando ideias no papel e gastar horas a fio conversando com o piano. Essas coisas? Música e Palavras.

Aí um dia o moço chegou e contou uma história. A história não era bonita. Nem feia. Mas as palavras que contavam a história... como eram lindas! Como se arranjavam e encaixavam, tal as peças do quebra-cabeças. Definitivamente, aquele moço sabia contar histórias!

E mais do que isso: sabia cantar histórias! As palavras, tão bem pintadas naquele quadro colorido, vinham de mãos dadas com notas igualmente harmônicas e exalavam um cheiro de livro novo! A menina achou aquilo perfeito: sons que contavam a história, junto com palavras que cantavam a música!

Escutou aquela história e nunca mais esqueceu. Nem da história, nem do moço. Mal sabia ela que dele ainda ouviria tantas outras histórias! E que ela mesma, um dia (quem diria!) poderia contar aquelas histórias do seu jeito, na ponta dos dedos. Aquela primeira história foi inesquecível. E aquele moço, com suas palavras e músicas, ficou para sempre. E o nome do moço era Chico.



3 comentários:

  1. Quando eu era adolescente, no segundo grau, ouvi essa canção e nunca mais a esqueci. Decorei toda a letra e nunca cansei de saborear cada verso. É uma das páginas mais belas da MPB. Só não digo que é a mais porque são tantas belas que não é possível eleger uma. O próprio Chico tem tantas que nem dele mesmo podemos eleger a mais. Melhor ficar com todas. Ninguém com o mínimo de sensibilidade pode ouvir Chico impunemente. Nem Chico, nem Gonzagão, os dois extremos - o intelectual e o sertanejo. Do topo à base da pirâmide, eles tornaram a nossa vida um pouco mais suportável. Sim, Luciana, definitivamente esse moço sabe contar histórias. O velhão também sabia, mas esse, já se foi.

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  2. É pai... não sei contar as vezes que acordei (e fui dormir) com vc cantando e recitando as letras do Chico! Lembro de quando aprendi a letra de Valsinha todinha, pelos meus 7, 8 anos... Chico tem mesmo um repertório inigualável, eu faria um blog inteiro só sobre ele! rsrsrsrs

    Ah e se prepara que to levando uma coleção "50 anos" do Gonzagão pra gente "se divertir"! Loviúuu!

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  3. S.Faustino, o senhor disse tudo: " Ninguém com o mínimo de sensibilidade pode ouvir Chico impunemente".
    É a mais pura das verdades

    E amiga, a menina que eu li agora, é minha amiga de infância!
    Porque a minha infância foi exatamente igual a sua.
    Só troca o piano por tintas, lápis de cor, parede, papéis e pincéis... ahahah

    (:

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